ASCESE

Ascese é a viagem do conhecimento interior. A minha viagem pelo cone sul (Sul do Brasil,Uruguai,Argentina e Chile até o deserto do Atacama)

A trilha sonora da viagem. Cliquem para ouvir.

My Way

domingo, 17 de janeiro de 2010

16 e 17 O céu e o inferno

16/01/2010



Conheci muito pouco de Mendoza, a noite fui ao “pedonal” e dei uma passeada pelo parque da cidade que estava lotada. Muitos artista de rua se apresentavam um conjunto de blues/rock deu um verdadeiro show. Na praça havia também uma feinha (feira de artesanato).Por todo lado havia “artista” e artistas. Enquanto jantava uma massa leve tomei uma cerveja preta de 1 litro chamada Andes. O casal ao lado toma uma cerveja com nome de Iguana e havia um iguana no rótulo. Até pensei em experimentar a tal cerveja, mas não conseguiria beber mais um litro de cerveja.


Acabei por descobrir que o casal de jovens ao lado era Chileno. Karen e Felipe são de La Serena e estudam em Santiago, conversamos um pouco depois fui dormir já que estava bem cansado e o litro de cerveja começou a fazer efeito.


Não consegui sair cedo de Mendoza, tive que arrumar a bolha que estava se soltando e deu muito trabalho.


O Céu:


A estrada que sobe os Andes é magnífica. Valeu a pena toda a viagem só por esta parte do mundo. A cada curva uma paisagem mais deslumbrante que outra. Logo na saída de Mendonza já se podia avistar a cordilheira. Foi uma viagem muito tranqüila do lado Argentino da montanha. No caminho conheci um casal de Argentinos que viajava numa Harley 883 e reencontrei a família de Curitiba que conhecera no hotel. A moto tem feito muito sucesso, vira e mexe alguém pede para tirar fotos.



Início da estrada cordilheira ao fundo


Casal de Argentinos



Família de Curitiba


Na subida passei pelo mirante do Aconcágua, uma visão Majestosa. Me emocionei muito no caminho. Havia refletido pela manhã que a beleza deveria estar dentro de nós, que não haveria sentido só na beleza externa se não somos capazes de apreciar. Naquela estrada, naquela montanha me senti em comunhão com a vida. Tive que segurar a emoção, afinal estava pilotando.






O magnifíco Aconguagua ao fundo envolto em nuvens




O Inferno:


Quando acabei de atravessar um túnel bem grande na montanha me deparei com uma fila enorme. Era a “cola” da duana. Me avisaram lá em baixo que estaria grande, eu não imaginava quanto, fiquei por lo menos umas 4 horas na tal fila e ainda tive que retirar e abrir toda a bagagem.



A "filinha" na duana


Na fila conheci uma cara de Brasília, bem mais louco do que eu, gente muito boa, que vinha de Foz do Iguaçú de bicicleta, também em viagem solo. Pudemos trocar muitas impressões e houve muita empatia, marcamos de jantar em Viña, ele deverá chegar aqui hoje.



André ( o mais maluco que eu)

Finalmente consegui chegar aos caracoles do lado chileno, parei para tirar uma foto e, adivinhem? A máquina havia travado (pensei com meus botões: a Mônica vai me matar) Não houve jeito da máquina funcionar. Puto da vida acabei de descer a montanha. Logo depois da duana passei pela estação de esqui de Portillo. Já havia estado no local há muitos anos atrás numa viagem aos Lagos Chilenos e Santiago, na época achei a estação linda, agora no verão, me pareceu pequena e feia. Mais abaixo na descida reencontrei o André de bike, conversamos mais um pouco e continuei a descida. O trânsito estava caótico, havia desvios de obras parando o tráfego a toda hora. Quando avistei o primeiro posto, parei para abastecer e tomar um café. Logo depois chegou o André, tomamos um café juntos. Para quem já estava puto da vida como eu, quando apareceu um cara me cobrando 150 PCH pela mijadinha, quase explodi, por fim paguei porque de fato havia avisos. Logo depois chegaram três caras em BMWs 1200 que vinham das cercanias de Mendonza onde foram acompanhar o rally Paris/Dacar (que está acontecendo na Argentina e no Chile), conversamos um pouco, os caras eram chilenos.


Cheguei em Santiago a noite já e pensava em encontrar um Shopping para comprar ou máquina fotográfica. Não encontrei e fui procurar um hotel no centro. A cidade é enorme e espalhada, rodei igual peru tonto e não vi nenhum hotel sequer, além de sofrer com os motoristas de lá. Por fim depois de muito perguntar me um hotel que estava lotado, o cara pediu para esperar e depois voltou me dizendo que vinham me buscar de carro e me levaria a outro hotel, nesta altura, além de puto estava cansado e com fome. Finalmente me instalei no hotel onde achei o povo muito chato (Não sei se era o meu mau humor).


No jantar a má impressão começou a se dissipar, o garçon foi muito atencioso, o lugar muito aconchegante e comi um bom peixe (já eram quase meia-noite).


Fui dormir e acordei com uma sede danada, quando fui abrir a porra da “nevera” estava trancada, eram quase 4 da manhã, o cara do hotel me explicou que era preciso fazer um depósito de garantia. Quase explodi de novo, me controlei para não mandá-lo enfiar a geladeira, a água e o hotel naquele lugar. O recepcionista veio, abriu a geladeira e me cobrou exorbitantes 4.000 PCH por duas águas ( 8 US$).


Fiquei com uma péssima impressão de Santiago e já estava com saudade da Argentina e do Uruguai.


Resolvi sair dali no dia seguinte para vir para Vinã Del Mar.


Em tempo: A máquina fotográfica voltou a funcionar. Antes de encontrar o hotel eu a testei, e ela deu sinais de vida. Imaginei que pudesse ser a umidade das montanhas uma vez que eu havia usado a máquina no guidon da moto enquanto subia a montanha. Usei o secador e ela voltou a funcionar perfeitamente, melhor assim. De qualquer forma vou comprar outra nova igual para a Mônica em Ciudad de Leste no Paraguai.


17/01/2010


Acordei relativamente cedo, e tomei café com um Sr canadense, conversamos muito tempo em inglês e ele me contou que se desencontrou da amiga chilena no aeroporto e que teve que vir para a cidade para ficar num hotel, que havia mandado um e-mail para ela. Eu o achei muito triste.


Quando estava arrumando a moto, ele chegou de carro com a amiga todo serelepe, fiquei feliz por ele (Temia que ele tivesse vindo de tão longe para levar um cano).


Viagem tranqüila os poucos 130 km até Vinã Del Mar. No primeiro hotel que entrei só encontrei brasileiros que estavam fazendo doutorado aqui. No segundo, no qual estou fui recepcionado por uma turma de professores de Manhuaçu, que estão fazendo mestrado aqui. Tive direito a churrasco e tudo o mais. Tiraram muitas fotos e se encantaram com a moto.

Aliás é de se pensar, quem conduz quem? Se eu conduzo a moto ou ela me conduz?



A mineirada


Bem gente, vou ficando por aqui, pretendo tomar umas e comer alguma coisa logo mais. Mandei um e-mail para o André com o endereço do hotel para o André, vamos ver se ele consegue chegar, está esfriando muito e o cara vai passar frio.

Fico aqui hoje e amanhã. Depois de amanhã subo para o norte e em vez de fazer 800 km num dia só picarei o trajejo, fazendo trechos de 400 km. Aproveito para viajar pelo litoral do Pacífico e parar em La Serena, que dizem ser muito bonito.


Bem gente, vou ficando por aqui com esse longo “reportero”, beijos a todos, não se esqueçam de mim.


4 comentários:

  1. Caduco,
    agora a viagem tá ficando boa!! você começou a reclamar! kkkkkkkkkkkkk
    O celular funciona aí?

    ResponderExcluir
  2. Flavio Morgan !! Dei uma pausa nos comentarios, por conta da correria em que me meti por aqui. Tenho ate terça para enviar aquela apresentação, lembra ?? Torça por mim!
    E ainda tem tanta coisa acontecendo, que tem horas que bate um certo desespero. Mas vai dar tudo certo! Vamos em frente!

    Aliás, você é quem está andando rápido, já atravessou a Cordilheira e chegou ao Pacífico ! Essa sua Harley anda mesmo, hein ? Na verdade, eu é que fiquei pra trás! Mas continuo te acompanhando. Posso falhar, mas estarei sempre por aqui.

    Essa sua viagem está mesmo rendendo boas histórias. Pela sua cara de felicidade nas fotos, suponho que está caminhando rapidamente para um estágio sublime, próximo ao nirvana!! Aproveite!! Bjs Sergio Gariglio

    ResponderExcluir
  3. Olá,

    Lindas fotos, hein? E até canadense apareceu no seu caminho? Ainda bem que era gente boa e que sua máquina voltou a funcionar!

    Abs e fique com Deus.

    Denise Guimarães.

    ResponderExcluir
  4. Tio/Irmão.:
    A alegria é uma coisa que é multiplicada quando dividida...

    Só que até agora o vinho????...nada...kkkkkk

    Tire para nós uma foto do por do sol.

    T.:F.:A.:

    Júvio

    ResponderExcluir